Lembro bem da sensação quando passei pela minha primeira catarse. Meu peito doía, a garganta parecia sufocar porque eu não conseguia entender a ordem cronológica dos meus sentimentos: quem veio primeiro? Quem desencadeou o que? Qual a origem disso?
E quando percebi o exato momento da minha infância em que eu dei significado para a palavra “justiça”, foi como se tivesse caído um balde de água fria em mim. Porém, quando a gente vê, não consegue desver. E é nossa responsabilidade trabalhar isso.
Os personagens que estavam ali, na cena original, meus pais, não tinham a menor ideia de que eu ouvia o que eles falavam e nem a intenção daquela cena era uma injustiça - eles não estavam sendo injustos um com o outro. Mas eu signifiquei assim - e isso foi nomeando os momentos que eu vivi a partir de então - na adolescência e na idade adulta, em momentos em família, com amigos, na escola, no trabalho, nos relacionamentos - o que era justo ou injusto, de acordo com o nome que eu dei. E cada vez que eu via uma cena, com outras pessoas que eu achava que era injusta, aquilo me rasgava o peito. Meu coração acelerava e quando eu podia, intervia.
E fica muito claro que ninguém teve nada a ver com isso - nem na cena original e nem nas seguintes. Mas situações em que eu determinava com nome de injustiça ocorreram inúmeras vezes, porque eu precisava ressignificar, curar em mim, aquilo que estava me machucando, não deixando mais que esse sentimento me invadisse e me fizesse mal. O que a gente não cura, volta.
Ainda existem outras situações que se repetem e que é preciso fazer essa ressignificação, essa cura. As vezes demora um tempo para se dar conta, e é um processo natural. Nada é determinado e exato, somente quando o ego acredita que estejamos preparados para lidar com a situação.
Você já viveu cenas que se repetem, que a gente dá um nome a elas, em diversas situações da sua vida? Se tiver dúvidas sobre isso, me chama no direct!
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